Como não viveremos as décadas
necessárias até a ciência descobrir e testar todas as drogas
necessárias, o que fazer para não morrermos de câncer?
Antes de tudo, lembrar que essa é uma doença passível de
prevenção: perto de 40% dos casos são provocados por cigarro. Vida
sedentária, consumo exagerado de álcool, dietas pobres em vegetais e ricas
em alimentos altamente calóricos que levam à obesidade são responsáveis
por mais 30% (só para citar as causas evitáveis mais importantes).
Mas, como nos defender dos tumores que surgem ao acaso ou por
predisposição genética?
Nessas situações, a única solução é o diagnóstico precoce.
Alguns exames, como a mamografia, permitem evidenciar tumores antes de
atingirem 1cm, apresentação curável em quase 100% dos casos. Outros, como
a colonoscopia, permitem não apenas visualizar o intestino por dentro e
surpreender tumores iniciais, como retirar lesões na fase pré-maligna para
evitar sua progressão.
Estudo das proteínas Quanto às neoplasias para as quais não
existem métodos preventivos, a solução virá com o estudo das proteínas.
Os tumores malignos às vezes aumentam a produção de certas
proteínas normalmente excretadas pelos tecidos normais. A detecção delas na
corrente sanguínea permite o diagnóstico precoce: é o caso do PSA, o exame
para detectar o câncer de próstata.
Nos tumores em que ainda não foram identificadas proteínas desse tipo, a ciência básica deverá desenvolver todo esforço para fazê-lo. A tarefa é achar uma agulha no palheiro: encontrar, no meio de cerca de um milhão de proteínas presentes no sangue, qual delas foi produzida especificamente pela célula tumoral. O conhecimento para tanto está disponível, o que falta é um Projeto Proteinoma de cooperação internacional, como foi o Projeto Genoma que identificou todos os genes humanos em 12 anos.
Nos tumores em que ainda não foram identificadas proteínas desse tipo, a ciência básica deverá desenvolver todo esforço para fazê-lo. A tarefa é achar uma agulha no palheiro: encontrar, no meio de cerca de um milhão de proteínas presentes no sangue, qual delas foi produzida especificamente pela célula tumoral. O conhecimento para tanto está disponível, o que falta é um Projeto Proteinoma de cooperação internacional, como foi o Projeto Genoma que identificou todos os genes humanos em 12 anos.
O conhecimento dessas proteínas exclusivas das
células malignas possibilitará inquéritos populacionais com
a finalidade de identificar os indivíduos que correm risco de
apresentar câncer, de modo a surpreendê-lo na fase inicial.
Permitirá ainda avaliar a agressividade de cada caso e a probabilidade de
resposta ao tratamento proposto, para evitar o que acontece atualmente: tratarmos cem
doentes com esquemas tóxicos, caríssimos, que beneficiarão apenas vinte.
Dráuzio Varella
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