Por Célia Ribeiro
Uma entidade que completou a maioridade em junho, e tornou-se referência para milhares de portadores de câncer de 62 municípios, comemora os bons resultados de 2.010 de olho nos desafios do próximo ano. A Associação de Combate ao Câncer de Marília (ACC), criada em 1992 por um grupo de amigos, tem o diferencial de ter sido estruturada com uma visão empresarial capaz de angariar o apoio de voluntários de todas as camadas sociais.
Claudine, Neusa e Rodrigo com artesanato do bazar de Natal |
Com profissionais contratados, outros cedidos pelo município e também voluntários, a entidade dispõe de cirurgiã-dentista, duas psicólogas, fonoaudióloga, assistente social e está contratando uma nutricionista. Atendentes e profissionais de serviços gerais também fazem parte da equipe.
Voluntariado
Artesanato é fonte de renda |
A presidente Claudine Simões Barion e a 1ª. secretária, Neusa Andriguetti Gruppo, voluntárias há mais de 10 anos, receberam o “Correio Mariliense” na quarta-feira quando falaram, com muito entusiasmo, sobre os atendimentos realizados: “Muitas pessoas só conhecem a ACC dos eventos que saem nos jornais, das fotos sociais. Gostaríamos que viessem conhecer nosso trabalho, nossa sede e ver de perto o que a ACC faz pelos pacientes”.
Esposa de Carlos Barion, executivo que assumirá a presidência da Dori em janeiro, Claudine lembra que o marido também dirigiu a entidade que alternou na presidência profissionais de alto nível e empresários bem-sucedidos. A partir deste ano, a ACC voltou a ser comandada pelas voluntárias que são a base de todo o trabalho desenvolvido
No setor de radioterapia do HC, as voluntárias também promovem bingos as terças e quintas-feiras, com entrega de brindes aos pacientes como forma de amenizar a dureza do ambiente hospitalar; já as voluntárias do artesanato ensinam trabalhos manuais aos pacientes que se ocupam o dia todo, até o momento de retornarem para suas cidades, às quartas-feiras.
Esposa de Carlos Barion, executivo que assumirá a presidência da Dori em janeiro, Claudine lembra que o marido também dirigiu a entidade que alternou na presidência profissionais de alto nível e empresários bem-sucedidos. A partir deste ano, a ACC voltou a ser comandada pelas voluntárias que são a base de todo o trabalho desenvolvido
Claudine e Neusa explicaram que foi preciso organizar o voluntariado em grupos. Por exemplo, mais de 100 voluntárias participaram do grupo do café, que leva chá, bolacha e bolo aos pacientes e acompanhantes enquanto aguardam atendimento na radioterapia do Hospital de Clínicas de Marília (HC); o grupo do artesanato que confecciona peças vendidas nos bazares; o grupo da cozinha onde são preparados pratos comercializados em prol da entidade etc.
Recepção da entidade |
Para arcar com o custeio de aproximadamente R$ 12 mil mensais, os dirigentes da ACC precisam usar a criatividade e arregaçar as mangas. As doações de mensalistas giram entre R$ 3,5 mil a R$ 4 mil, o município repassa 600 reais e o restante vem das promoções: o “Chá Bingo” e o “Domingo Fraterno” são tradicionais no calendário da entidade e atraem milhares de pessoas.
“A cidade de Marília é muito solidária. As pessoas comparecem e ajudam. De nada adiantaria a gente organizar os eventos se a população não colaborasse”, observa o tesoureiro da ACC, o advogado Rodrigo Pereira de Souza. Para ele, o desafio de 2.011 é aumentar o número de associados, em torno de 300 pessoas, atualmente. “Se cada associado trouxer mais um vamos dobrar nossa renda”, pontuou.
Apesar de a cidade ter um invejável polo industrial as empresas ainda são minoria entre os doadores: “Quando pedimos apoio para os eventos, sempre nos ajudam. Mas apenas cinco empresas doam regularmente”, informou Claudine. Outra ajuda que ela fez questão de ressaltar é a doação de cestas básicas pelo Fórum: “Recebemos muitas cestas de pagamento de pena”, contou.
O calendário de promoções começaem abril. Entre dezembro e março a ACC conta com o apoio de duas outras ações: a arquiteta Denise Guarezi recebe doações de árvores de Natal que são vendidas com renda em prol da entidade e, em março, na “Semana da Mulher”, a loja Alba confecciona camisetas alusivas à data e reverte o valor arrecadado para a ACC: “Começamos recebendo R$1,5 mil e neste ano a Alba doou R$ 4 mil”, assinalou.
Claudine Barion informou que o deputado estadual Vinicius Camarinha conseguiu uma verba do governo do Estado no valor de R$ 50 mil que será usada na aquisição de uma perua Kombi, cadeiras de roda, cadeiras de banho e colchões casca de ovo para empréstimo aos pacientes.
Casa de Apoio
O ambiente muito claro e arejado, além do notável bom humor na sala de convivência, em nada lembra um abrigo para doentes de câncer. A Casa de Apoio, que entrou em funcionamento neste ano, recebe pacientes e seus acompanhantes durante o tratamento ambulatorial. São 12 leitos para homens e mulheres onde o atendimento garante as refeições, a hospedagem e o acolhimento essenciais para o enfrentamento do tratamento.
“Ainda não temos um corpo de enfermagem e por isso não recebemos pacientes muito debilitados. Para 2011 queremos conseguir recursos para contratar um auxiliar e um enfermeiro para o período noturno”, comentou Claudine Barion.
Acompanhada da neta, a aposentada Sueli Aparecida Costa de Oliveira, de Tarumã, está em tratamento no HC desde 2.007. Depois de uma cirurgia recente, iniciou as sessões de radioterapia e utiliza a Casa de Apoio: “Estou me sentindoem casa. Aqui é muito limpo, arejado. As pessoas são muito calorosas e recebem a gente muito bem”, comentou.
Com invejável senso de humor, o aposentado José Lima dos Santos, de 80 anos, veio de Pederneiras para as sessões de radioterapia. Ele estava em um apartamento alugado e quando foi à ACC buscar suplementos soube da Casa de Apoio e logo se cadastrou: “É uma maravilha. Estou aqui há quatro semanas e foi onde encontrei a paz. Onde estava antes eu ficava deprimido, sozinho. Agora, eu me mexo o tempo todo e estou feliz por conviver neste ambiente tão alegre”, afirmou.
Para ajudar
Reportagem publicada na edição de 23.12.2010 do "Correio Mariliense"
“A cidade de Marília é muito solidária. As pessoas comparecem e ajudam. De nada adiantaria a gente organizar os eventos se a população não colaborasse”, observa o tesoureiro da ACC, o advogado Rodrigo Pereira de Souza. Para ele, o desafio de 2.011 é aumentar o número de associados, em torno de 300 pessoas, atualmente. “Se cada associado trouxer mais um vamos dobrar nossa renda”, pontuou.
Apesar de a cidade ter um invejável polo industrial as empresas ainda são minoria entre os doadores: “Quando pedimos apoio para os eventos, sempre nos ajudam. Mas apenas cinco empresas doam regularmente”, informou Claudine. Outra ajuda que ela fez questão de ressaltar é a doação de cestas básicas pelo Fórum: “Recebemos muitas cestas de pagamento de pena”, contou.
Aposentada elogiou a organização |
O calendário de promoções começa
Claudine Barion informou que o deputado estadual Vinicius Camarinha conseguiu uma verba do governo do Estado no valor de R$ 50 mil que será usada na aquisição de uma perua Kombi, cadeiras de roda, cadeiras de banho e colchões casca de ovo para empréstimo aos pacientes.
Casa de Apoio
O ambiente muito claro e arejado, além do notável bom humor na sala de convivência, em nada lembra um abrigo para doentes de câncer. A Casa de Apoio, que entrou em funcionamento neste ano, recebe pacientes e seus acompanhantes durante o tratamento ambulatorial. São 12 leitos para homens e mulheres onde o atendimento garante as refeições, a hospedagem e o acolhimento essenciais para o enfrentamento do tratamento.
"Seu" Zé e o bom humor contagiante |
Acompanhada da neta, a aposentada Sueli Aparecida Costa de Oliveira, de Tarumã, está em tratamento no HC desde 2.007. Depois de uma cirurgia recente, iniciou as sessões de radioterapia e utiliza a Casa de Apoio: “Estou me sentindo
Com invejável senso de humor, o aposentado José Lima dos Santos, de 80 anos, veio de Pederneiras para as sessões de radioterapia. Ele estava em um apartamento alugado e quando foi à ACC buscar suplementos soube da Casa de Apoio e logo se cadastrou: “É uma maravilha. Estou aqui há quatro semanas e foi onde encontrei a paz. Onde estava antes eu ficava deprimido, sozinho. Agora, eu me mexo o tempo todo e estou feliz por conviver neste ambiente tão alegre”, afirmou.
Para ajudar
Lacres de latinha viram cadeira de rodas |
A ACC recebe todo tipo de doação. Quem quiser ser um associado pode doar qualquer valor e um mensageiro vai buscar a doação no local indicado. Quem quiser depositar na conta bancária, os dados são: Banco Real, Agência 1540 e Conta Corrente 7240960-6. O endereço para conhecer é Rua Marrey Junior, 101, Fragata (ao lado do Fórum) e telefone (14) 34545660.
Há alguns dias a entidade está recolhendo doações de lacre de latinhas de bebida. A cada 120 garrafas pet cheias de lacres a ACC envia para a Metalúrgica Marcon que doa uma cadeira de rodas.
Há alguns dias a entidade está recolhendo doações de lacre de latinhas de bebida. A cada 120 garrafas pet cheias de lacres a ACC envia para a Metalúrgica Marcon que doa uma cadeira de rodas.
Reportagem publicada na edição de 23.12.2010 do "Correio Mariliense"